Durante o domínio colonial francês, Madagascar fazia parte de uma colônia que incluía várias ilhas e territórios espalhados pelo Oceano Índico. Entre esses estavam as ilhas de Mayotte, Reunião, Seychelles, Comores e outras localidades adjacentes. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o avanço dos movimentos de descolonização, esses territórios seguiram caminhos distintos.
Madagascar, após anos de agitação política e crescente mobilização nacionalista, alcançou sua independência em 26 de junho de 1960, encerrando oficialmente o domínio colonial francês na ilha. No entanto, o legado colonial ainda se reflete em aspectos linguísticos, culturais e econômicos da sociedade malgaxe contemporânea.
A ilha de Reunião permaneceu como departamento ultramarino da França e continua, até hoje, sob administração direta de Paris, com status similar ao de uma região metropolitana francesa. Mayotte, apesar de sua proximidade e laços culturais com as Comores, também optou, por meio de referendos, por manter-se sob soberania francesa, sendo oficialmente transformada em departamento francês em 2011.
Por outro lado, as ilhas Comores declararam independência em 1975, embora a França continue a controlar Mayotte, o que ainda é fonte de disputa política.
As Seychelles, também ex-colônia francesa posteriormente transferida aos britânicos, tornaram-se independentes em 1976.
Além desses territórios insulares mais conhecidos, também compõem os antigos domínios franceses no Oceano Índico as chamadas Terras Austrais e Antárticas Francesas (TAAF). Essa coletividade territorial inclui os arquipélagos de Kerguelen, Crozet, Saint-Paul e Amsterdã. Inicialmente vinculadas à administração de Madagascar durante o período colonial, essas terras foram separadas administrativamente em 1955 e passaram a constituir um território ultramarino autônomo francês. Apesar de desabitadas permanentemente, as TAAF representam um prolongamento do colonialismo no Oceano Índico.
Sua continuidade sob domínio francês reflete a persistência de interesses coloniais disfarçados sob a lógica da pesquisa científica e da preservação ambiental. Contudo, o crescente questionamento sobre a legitimidade dessa ocupação e o aumento da presença internacional na região levantam preocupações quanto a possíveis disputas territoriais e até mesmo à emergência de uma nova nação reivindicando essas ilhas isoladas como parte de seu território.
Assim, os antigos domínios vinculados à administração de Madagascar viram destinos diversos: enquanto alguns permaneceram sob domínio francês, outros conquistaram a independência ao longo da segunda metade do século XX. Esse quadro reflete as complexas heranças coloniais da região e os diferentes caminhos políticos escolhidos ou impostos às populações locais.